No Dia do Trabalho, a AFLEX informou o Ministro das Relações Exteriores sobre paralisação nos dias 13 e 14 de maio
Passados anos sem reajustes salariais, e frente à práticas perseguitórias contra membros da AFLEX, a categoria dos funcionários Locais do MRE no mundo resolve, em medida emergencial, fazer uma paralisação de dois dias.
Brasília, DF, 1º de maio de 2014
Excelentíssimo
Ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo,
Como já
informado a Vossa Excelência e a diversas instâncias governamentais, a
degradação do ambiente de trabalho nos Postos do MRE no exterior é notória e
ultimamente tem se agravado.
A AFLEX tem
denunciado e lutado contra todos os tipos de assédio dentro dos postos do MRE,
assim como tem buscado o diálogo e o trabalho conjunto para minimizar as
diferenças. Após o incidente no Consulado em Sidney acreditou-se que o tema
seria fortemente coibido, entretanto, ele ainda persiste de forma
silenciosa à exemplo da situação atual no Consulado-Geral em Atlanta.
No início de
fevereiro, o Cônsul-Geral se reuniu com os funcionários do
Posto para tratar de incidentes resultantes das intempéries ocorridas na cidade
de Atlanta e, na oportunidade, foi informado pelos funcionários locais do
comportamento desrespeitoso e antiético de um funcionário do quadro permanente,
acusado de agredir fisicamente uma funcionária local. Passadas mais de duas
semanas sem qualquer providência, esses funcionários oficializaram
pedido de sindicância dirigido ao chefe do posto, a fim
de apurar os fatos. Como consequência, a administração do Consulado
adotou imediatamente medidas discriminatórias e ilegais, que foram informadas a
Vossa Excelência e a alguns Senadores.
Na semana
passada, a AFLEX foi informada anonimamente que, em 12 de março
último, o chefe do posto em Atlanta teria endossado abaixo-assinado
de um grupo de funcionários do quadro para a demissão de três funcionárias
locais: a funcionária agredida; a presidente da AFLEX e a tesoureira suplente
da AFLEX, além da implementação de regras punitivas a todos os funcionários
locais, tendo inclusive consultado à SERE.
A AFLEX
repudia a atitude tomada pelos funcionários do quadro permanente em Atlanta,
que ao optarem por um corporativismo vingativo esqueceram-se que a instituição
é a casa do diálogo, do bom senso e da diplomacia.
Em razão do
exposto e de toda insatisfação repetidamente informada, os funcionários locais
decidiram por uma paralisação de advertência, em postos-chave
no exterior, nos próximos dias 13 e 14 de maio, reivindicando:
1- direito
à liberdade de expressão, à liberdade política, à livre representação de classe
e o cessamento imediato de perseguições e ameaças de demissão aos dirigentes da
AFLEX;
2- aprovação
do PLS 246/2013, para obtenção de patamares mínimos, justos e dignos de
contratação;
3-
negociação imediata com a AFLEX para reajuste salarial em todos os
postos com salários congelados há mais de 3 anos e revisão dos salários nos
países onde estão aquém da função exercida, além da criação de normas que
regulamentem uma política salarial.
É importante
lembrar que a associação é fruto do anseio legítimo de milhares de trabalhadores
e sempre esteve disposta ao diálogo, à negociação e ao trabalho
cooperativo de equipe.
Por fim, que
o comprometimento dos funcionários locais em representar o país e servir de
forma exemplar a comunidade brasileira e estrangeira no exterior, seja
valorizado e respeitado, e, que a abertura de um canal de negociação, evite
exposição negativa da imagem do Brasil.
Respeitosamente,
DIRETORIA DA
AFLEX
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